sábado, 27 de fevereiro de 2010


Quando em todo o mundo não há nada de mim, e aqui dentro, há tudo de todo o mundo.
Há qualquer momento explodo de tanta informação, e mesmo sabendo que não cabe mais nada, não consigo parar de absorver, não consigo pensar, e não me sobra tempo algum para sentir.
Sentir. A única coisa que sinto são sentimentos repetidos, como se já tivesse vivido tudo que a vida pode me oferecer. Alegria em pílulas ou em doses cavalares, calma que arde em brasa, a depressão que é uma rotina, e a dor que já nem me faz chorar. E o mais estranho é ter certeza de que se tudo pudesse ser diferente, eu não gostaria. Se pudesse por um dia ser feliz de verdade, sentir a tal plenitude da alma, seria insuportável demais.
Sinto todo o mundo aqui dentro, todo mundo aqui dentro, e não deixo nada escapar.Todos os segredos estão guardados em meus olhos, e todos os mortos debaixo de minha cama.
Só só só só só só só só só
Nem sinto mais vontade de morrer, mas a vida é desinteressante e repetitiva. Não há viagem que eu não tenha feito, e agora? Acabou?!
Sei que meus olhos são vazios, porque não olham de verdade pra dentro deles, e eu não consigo deixar que vejam. Todos os segredos moram no meu corpo, e são todos meus.