sexta-feira, 20 de maio de 2011


Hoje acho que descobri que a força do homem não tem limites, aliás, tem sim, mas são maiores do que o esperado. Que bom, palmas!
Mas eu posso desmoronar, descer do salto, gritar, chorar muito só as vezes? Só quando não conseguir mais aguentar. Aonde se esconde a força que as vezes pareço ter tanto, e outras nada? Será que quanto mais forte tentamos ser mais a vida fica difícil? Será que superação nos faz mesmo seres elevados, ou com um disfarce mais convicente?
Acho que no fim das contas, todos somos fracos. Alguns mais, outros menos, ainda não descobri o meu limite mas parece faltar pouco.

É isso, só quero saber: qual o limite do medo?


http://www.youtube.com/watch?v=IETfCzwSU6k&feature=related

domingo, 15 de maio de 2011

Novos Universos


"Nesta prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Pra ninguém zombar de mim"

Noel Rosa - Filosofia












http://www.youtube.com/watch?v=-VR0mmuacW4&feature=player_embedded

A música do Noel Rosa, interpretada por Paulinho da Viola. Pra tomar coragem! :D

sábado, 14 de maio de 2011



"Gritamos que queremos moldar um futuro melhor, mas não é verdade. O futuro nada mais é do que um vazio indiferente que não interessa a ninguém, mas o passado é cheio de vida e seu rosto irrita, revolta, fere, ponto de queremos destruí-lo ou pintá-lo de novo. Só queremos ser mestres do futuro para podermos mudar o passado."
Milan Kundera - O livro do Riso e do esquecimento.



Fotografia: Erwin Blumenfeld

sexta-feira, 13 de maio de 2011

E aí, como é ser gay?


Dia desses estava almoçando com uma colega de trabalho, e ela me disse: Mas e aí Ana, como é ser gay?
Pô, eu nem sabia que era gay! Juro que poucas vezes na vida assimilei o fato de namorar uma mulher me fazer mais uma homossexual. Sempre encarei com naturalidade ficar com quem me fizesse feliz, não me agradavam os termos lésbica, bi, hétero, cheguei a achar que deveriam criar o termo "atermados".
Então, eu não tive resposta pra ela no dia, só falei que nunca tinha me visto como gay. E realmente, eu sou do tipo sem senso algum, estou no shopping de mãos dadas, saio pra comer e faço coisas ridículas tipo dar comida na boquinha (SIM GENTE EU FAÇO ISSO), conto (pseudo)intimidades pras colegas de faculdade pelo simples fato de não compreender de onde saíram os rótulos.
Não faz sentido só falar de relacionamentos com pessoas da mesma sexualidade, até porque ninguém fica 24 hr se auto afirmando "Sou gay, sou gay, sou muito gay" ou "Sou hétero, sou hétero, hétero demais da conta". Isso faz parte de quem somos, e é como a cor dos olhos, nos esquecemos que cor tem nossos olhos porque não pensamos nisso.
Me lembro no começo como era esquisito pensar que de repente, tudo mudou e eu estava namorando com uma mulher, não era mais um rolinho ou "nhemnhemnhem", era sério e de verdade, e "POHÃ" sempre namorei com meninos e agora era uma mulher, e "POHÃ" sempre namorei com meninos e agora? E agora era uma fase linda, cheia de flores no caminho e um monte de gente pra espinhar. e agora? Agora eram mil olhos de reprovação, cabeças baixas e mães arrastando seus filhos de perto de nós. Agora eram amigos que nos deixavam de lado, que se envergonhavam e indicavam terapia. Agora era tempo de eleger o que era prioridade na minha vida, hora de ser mais mulher que tinha sido até então. pra me orgulhar de ser quem sou.
Na verdade, agora é o tempo mais feliz e bem resolvido que tive na vida.
E no final de tanta enrolação, depois de algumas cervejinhas solitárias, alguém sabe me dizer como é ser gay?

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sejamos gays. Juntos.



Essa é uma campanha que vou aderir, e deixo aqui para que meus, poucos, leitores fiquem cientes, e quem sabe participem.

Sejamos gays. Juntos.
Espalhe essa ideia.


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Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Itarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.
Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.
Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.
E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.
Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.
Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?
Quero então compartilhar essa ideia com todos.
Sejamos gays.
Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY
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Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:
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1) Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família, namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente, presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY
2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com
3) E só
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Todas essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo You Tube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras, mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que amamos por seres invisíveis.
A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.
Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.
As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.
Como diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: ”Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.
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— Convido a todos os blogueiros de plantão a dar um Ctrl C + Ctrl V neste texto e saírem replicando essa iniciativa —

domingo, 1 de maio de 2011

Não me tirem o direito de ser triste


Não me tirem o direito da tristeza, de ser triste de vez em quando, ou sempre que eu precisar. Não me peçam pra conversar demais quando não estou com vontade, aliás não me peçam pra fazer nada que eu não queira.
Não me tirem o direito de um cigarro no quarto escuro, e qualquer música que me arraste ainda mais fundo. Não me digam como agir, ou que devo sorrir e ser um pouco mais simpática. Simpatia não é uma coisa que vem quando quero.
Não me tirem o direito da solidão e do silêncio. Não me tirem o direito de ficar imersa em pensamentos ridiculamente depressivos. Aliás, não me tirem direito de passar o dia todo sem lavar o rosto, abrir as janelas e pentear o cabelo. Não me tirem o direito de desligar o celular, não atender ao interfone, e ir a padaria de pijama as 11:00 da manhã. Me deixem comer quantos chocolates eu quiser, fumar quantos cigarros forem necessários, me entupir de qualquer comida com queijo derretido fora da TPM!
Ser triste nem sempre é doença, é também uma forma de sentir-se vivo, um outro ponto de vista, um pouco de razão, e talvez falta de vontade.



Ilustração Ruben Ireland