quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

É sempre difícil juntar os cacos, recomeçar, consertar as coisas ruins e sentir que está fazendo isso sozinho é ainda pior.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Ser fashion victim é so last week.

De repente todas as mulheres se parecem pin ups, ou saídas de um comercial dos anos 60. As vitrines foram tomadas por flores, babados e muito romance, os laços enfeitam sapatos, cabelos, bolsas e vestidos.

Campanha na Revista Capricho 1963

Supostamente, todas as garotas gostam das flores, dos laços e romance, mas tem dia que enjoa. Temos TPM, trabalho, estudo, namorados, maridos, namoradas ou esposas, temos que cuidar da saúde, estudarmos muito (porque mulheres, ainda, têm que provar que são inteligentes), portanto nem sempre dá vontade de se enfiar num vestido de babados e sair parecendo um bolo de casamento por aí.
Demoramos séculos pra nos libertar do espartilho, que transformava a mulher num objeto de exibição fértil e ostentador da riqueza de seu pomposo marido. Não estou dizendo que de repente voltamos a estaca zero, mas só porque é verão parecemos obrigadas a usar tudo cor-de-rosa e cheirar a lavanda.
Frequentemente, acordo mal humorada, atrasada pro trabalho, com a TPM à mil, e claro num bad hair day, tenho dois livros pra ler, e não vai dar tempo de engomar um vestidinho doce, e fazer uma make de boneca. Ok, esquece o look no estilo das poupées parisiennes: hora de resgatar o jeans, a camiseta podrinha, quase esquecer a maquiagem e fazer a heroin chic.

O que eu quero dizer é que todo mundo merece um desconto nos dias ruins, e não dá pra viver como se vive em comerciais de margarina. A moda como ditadura não faz sentido, ela funciona como uma expressão inconsciente. Inconsciente, porque ninguém fica pensando: Hoje vou demonstrar meu bom humor com um estampado em cores quentes, acontece automaticamente e funciona muito bem.

Se você “gosta” tanto de moda que não consegue seguir um instinto quase bobo de escolher uma roupa sem refletir desesperadamente, aconselho a desencanar e ser feliz. Porque deve ser insuportável passar muito tempo escolhendo a roupa pra ir comprar pão, pensando na maquiagem e se desesperando pra não fugir das tendências enquanto caminha pelo centro da cidade.