quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Um consolo, espelho ou sei lá o que é isso, o fato é que um texto de outra pessoa diz mais a meu respeito que qualquer bobagem que eu já escrevi. Minha insatisfação e agonia da vida expressa pelo cara que além de si mesmo foi vários outros.

"Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.
(...)
Viajei por mais terras do que aquelas em que toquei...
Vi mais paisagens do que aquelas em que pus os olhos...
Experimentei mais sensações do que todas as sensações que senti, Porque, por mais que sentisse, sempre me faltou que sentir
E a vida sempre me doeu, sempre foi pouco, e eu infeliz.

A certos momentos do dia recordo tudo isto e apavoro-me,
Penso em que é que me ficará desta vida aos bocados, deste auge,
Desta estrada às curvas, deste automóvel à beira da estrada, deste aviso, Desta turbulência tranqüila de sensações desencontradas,
Desta transfusão, desta insubsistência, desta convergência iriada,
Deste desassossego no fundo de todos os cálices,
Desta angústia no fundo de todos os prazeres,
Desta saciedade antecipada na asa de todas as chávenas,
Deste jogo de cartas fastiento entre o Cabo da Boa Esperança e as Canárias.

Não sei se a vida é pouco ou demais para mim.
Não sei se sinto de mais ou de menos, não sei
Se me falta escrúpulo espiritual, ponto-de-apoio na inteligência, Consangüinidade com o mistério das coisas, choque
Aos contatos, sangue sob golpes, estremeção aos ruídos,
Ou se há outra significação para isto mais cômoda e feliz.

Seja o que for, era melhor não ter nascido,
Porque, de tão interessante que é a todos os momentos,
A vida chega a doer, a enjoar, a cortar, a roçar, a ranger,
A dar vontade de dar gritos, de dar pulos, de ficar no chão, de sair
Para fora de todas as casas, de todas as lógicas e de todas as sacadas,
E ir ser selvagem para a morte entre árvores e esquecimentos,
Entre tombos, e perigos e ausência de amanhãs,
E tudo isto devia ser qualquer outra coisa mais parecida com o que eu penso,
Com o que eu penso ou sinto, que eu nem sei qual é, ó vida.

Torna-me humano, ó noite, torna-me fraterno e solícito.
Só humanitariamente é que se pode viver.
Só amando os homens, as ações, a banalidade dos trabalhos,
Só assim - ai de mim! -, só assim se pode viver.
Só assim, o noite, e eu nunca poderei ser assim!

Vi todas as coisas, e maravilhei-me de tudo,
Mas tudo ou sobrou ou foi pouco - não sei qual - e eu sofri.
Vivi todas as emoções, todos os pensamentos, todos os gestos,
E fiquei tão triste como se tivesse querido vivê-los e não conseguisse. Amei e odiei como toda gente,
Mas para toda a gente isso foi normal e instintivo,
E para mim foi sempre a exceção, o choque, a válvula, o espasmo.
(...)
Vem, ó noite, e apaga-me, vem e afoga-me em ti.
Ó carinhosa do Além, senhora do luto infinito,
Mágoa externa na Terra, choro silencioso do Mundo.
Mãe suave e antiga das emoções sem gesto,
Irmã mais velha, virgem e triste, das idéias sem nexo,
Noiva esperando sempre os nossos propósitos incompletos,
A direção constantemente abandonada do nosso destino,
A nossa incerteza pagã sem alegria,
A nossa fraqueza cristã sem fé,
O nosso budismo inerte, sem amor pelas coisas nem êxtases,
A nossa febre, a nossa palidez, a nossa impaciência de fracos,
A nossa vida, o mãe, a nossa perdida vida...

(...)

Não sei sentir, não sei ser humano, conviver
De dentro da alma triste com os homens meus irmãos na terra.
Não sei ser útil mesmo sentindo, ser prático, ser quotidiano, nítido,
Ter um lugar na vida, ter um destino entre os homens,
Ter uma obra, uma força, uma vontade, uma horta,
Unia razão para descansar, uma necessidade de me distrair,
Uma cousa vinda diretamente da natureza para mim.

(...)

Sentir tudo de todas as maneiras,
Viver tudo de todos os lados, S
er a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,
Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo.

Eu quero ser sempre aquilo com quem simpatizo,
Eu torno-me sempre, mais tarde ou mais cedo,
Aquilo com quem simpatizo, seja uma pedra ou uma ânsia,
Seja uma flor ou uma idéia abstrata,
Seja uma multidão ou um modo de compreender Deus.
E eu simpatizo com tudo, vivo de tudo em tudo.
São-me simpáticos os homens superiores porque são superiores,
E são-me simpáticos os homens inferiores porque são superiores também,
Porque ser inferior é diferente de ser superior,
E por isso é uma superioridade a certos momentos de visão.
Simpatizo com alguns homens pelas suas qualidades de caráter,
E simpatizo com outros pela sua falta dessas qualidades,
E com outros ainda simpatizo por simpatizar com eles,
E há momentos absolutamente orgânicos em que esses são todos os homens.
Sim, como sou rei absoluto na minha simpatia,
Basta que ela exista para que tenha razão de ser.
Estreito ao meu peito arfante, num abraço comovido
(...)
Cometi todos os crimes,
Vivi dentro de todos os crimes (
Eu próprio fui, não um nem o outro no vicio, Mas o próprio vício-pessoa praticado entre eles, E dessas são as horas mais arco-de-triunfo da minha vida).
Multipliquei-me, para me sentir,
Para me sentir, precisei sentir tudo,
Transbordei, não fiz senão extravasar-me,
Despi-me, entreguei-rne,
E há em cada canto da minha alma um altar a um deus diferente.

(...)

Todos os amantes beijaram-se na minh'alma,
Todos os vadios dormiram um momento em cima de mim,
Todos os desprezados encostaram-se um momento ao meu ombro, Atravessaram a rua, ao meu braço, todos os velhos e os doentes,

Sentir tudo de todas as maneiras,
Ter todas as opiniões,
Ser sincero contradizendo-se a cada minuto,
Desagradar a si próprio pela plena liberalidade de espírito,
E amar as coisas como Deus.

Eu, que sou mais irmão de uma árvore que de um operário,
Eu, que sinto mais a dor suposta do mar ao bater na praia
Que a dor real das crianças em quem batem
(Ah, como isto deve ser falso, pobres crianças em quem batem — E por que é que as minhas sensações se revezam tão depressa?)
Eu, enfim, que sou um diálogo continuo,
Um falar-alto incompreensível, alta-noite na torre,
Quando os sinos oscilam vagamente sem que mão lhes toque
E faz pena saber que há vida que viver amanhã.
Eu, enfim, literalmente eu,
E eu metaforicamente também,
Eu, o poeta sensacionista, enviado do Acaso
As leis irrepreensíveis da Vida,
Eu, o fumador de cigarros por profissão adequada,
O indivíduo que fuma ópio, que toma absinto, mas que, enfim,
Prefere pensar em fumar ópio a fumá-lo
E acha mais seu olhar para o absinto a beber que bebê-lo...
Eu, este degenerado superior sem arquivos na alma,
Sem personalidade com valor declarado,
Eu, o investigador solene das coisas fúteis,
Que era capaz de ir viver na Sibéria só por embirrar com isso,
E que acho que não faz mal não ligar importâricia à pátria
Porqtie não tenho raiz, como uma árvore, e portanto não tenho raiz
Eu, que tantas vezes me sinto tão real como uma metáfora.
(...)"

Álvaro de Campos - Passagem das Horas
Trinta dias atrás era capaz de me ouvir gritar
E pedir silêncio pra que só ecoasse minha voz
dentro de mim.

Vinte dias atrás era possível escutar o que
Me repetiam incessantemente, mas havia ainda
minha voz

Dez dias atrás pedia socorro, ajuda! Ninguém me ouvia
E uma força até então não descoberta começava a se
manifestar.

Hoje há coragem para fazer diferente de tudo!
Ousadia de escrever sem coerência, de fazer
o que tenho vontade.

Apesar da incerteza que me consome
sem saber como será amanhã,
quero fugir da culpa de realizar meus desejos.

Escapar da culpa de ser eu mesma
Assim, imperfeita, inconstante, impertinente
cheias de in's e an's

Negação do que há de melhor
Rejeitar o que há de bonito
só pra ser quem sou, com culpa ou sem.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

-

Dê me um preço
que estou disposta a pagar.
Dê me a dor
que estou disposta a sentir
Dê me angústia, gritos, desespero...
Mas me faça conseguir o que quero.

Tanta espera, tentativas frustadas
Lágrimas, raiva, determinação...
Falso otimismo.

Até quando tentar?
Até alcançar meu limite.
Até a ferir a pele, o coração...
Até chegar aos ossos, até a morte se preciso.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008


O silêncio falava por nós,
as palavras ofendem e sabemos disso
por isso nos calamos.

A ausência de som, tua cabeça baixa
frio nos nossos corações antes aquecidos
O arranjo de flores secas, os quadros de paisagem morta

Uma ofensa rasga meu silêncio
E fim!


Há desespero, silêncio, choro.
Há grito, medo, arrependimento.
Há raiva, ódio, mágoa.
Mas também há amor.


Há amor, abraço, desejo
Há calor, perdão, doçura.
Há você, e eu.
Há nós, um só,
Sempre haverá.


quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O mesmo Blog, a mesma autora

descobri que o blogspot é muiiiito melhor que o da uol hoho
então vou usar esse ok? republicando os textos antigos:

Ninguém descobriu

Amor proibido, pouco importa
Será apenas mais um segredo
Entre tantos outros que trago comigo
Mas será o melhor deles
Será o mais bem guardado
Pois é tão nítido e não querem enxerga-lo
Não é feio o que me faz sorrir
Não é errado o que nos faz um só
O maior ensinamento é o amor?
Então, ñão vou despreza-lo

Já não me sinto só
Pois mesmo quando estas longe
Sinto-te tão perto
Vejo-te por todas as partes
Ouço tua voz
Teu cheiro me segue
Teu toque não me solta
Tudo que tenho pela metade é tudo que tenho inteiramente
Tua atenção é meia minha mas tem sido suficiente
Vou esperar-te enquanto for preciso
Frases já ditas meu amor, é tudo que tenho.



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Atrito

Enquanto seu mundo me sufoca
O meu se expande...
E em determinado momento
teu sufocar há de se romper
então poderei finalmente voar.

Voar assim, atoa, sem rumo
Voar só por voar
Voar pra não te encontrar?

Pontos de vista tão diferentes
à respeito da vida
Tanta gente olhando-nos passar
ouvindo-nos gritar
Apontando para nós
Rindo de nós
Sem saber o grito que grita em mim...

Em mim...
Tantas coisas pra te jogar na cara
Todas as dores que você causou
Todas as lágrimas que você derramou
Todos os amores que você matou.

Por que tenho medo de machucar-te
se só pensas em me ferir?
Me traz essa "merda" de inspiração
carregada de tristeza e mágoa
Teu prazer é me ver assim:
Presa e Infeliz.

Abre teus olhos e vê
que não sou como você
Nasci para voar...
Nem tem do que me libertar
Pois já nasci livre!

24/05/07

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De algum modo...

De algum modo, não morrer
Deixar guardado, registrado,
Tudo que sinto, tudo que sou.
De algum modo,estranho, talvez
Lutar contra o silêncio de toda dor
Gritar para todos aquilo que penso
Apontar o problema, pra quem sabe, não encontrar a solução
Por isso aprendi a escrever, para mostrar
Se preferir assim: aparecer.
Ilusão... mas quem se importa?
A vida é mesmo tão torta
Cheia de curvas, de vai-e-vem
Um dia sorrindo, outro dia de joelhos implorando piedade
Dizendo amém...
Equanto uns se perdem em sonhos outros morrem antes de sonhar
Parece-me tão injusto saber que um dia vai acabar
Não estarei aqui, e ninguém vai se lembrar do que senti
Do que me fizeram do que fiz a eles... é agoniante, desesperador
Saber que as pessoas um dia vão esquecer tudo que outras viveram
Aliás o pior é saber que deste destino não escaparei
Por isso deixo aqui
Pensamentos sem a menor coerencia, sem acentos, sem métrica
Apenas se lembrem que um dia estive aqui
E que a vida não é dificíl só para alguns
Ela é dificil pra todos...
Tão sedutora mas tão traiçoeira
Satisfatória , porém desesperadora...
Ah vida, és tão curta
Serás injusta também?
Busco apenas cores
Tão cansada de navegar entre a transparência
Dê-me cores e lhe dou eterna gratidão
Ou melhor, dê me a verdade e eu lhe negarei mentiras
Juro, não enganar-te mais vida
Juro não fingir ser sábia, me recolherei a meu lugar
Mas seja sincera Vida, me diga quem és
E eu desisto de descobrir quem sou.

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Fome,sede

Fome de novidade
Sede de insanidade
Cheia de rotina
ofuscada pela neblina que o cotidiano carrega
Fome,sede de liberdade
A coisa mais linda que O Criador fez aos mediocres e grandes humanos:
A liberdade

O que mais seriam eles além disso?

Medíocres por se acharem grandes e auto-suficientes
Grandes porque involuntariamente são carentes de calor do próximo
Todos marchando em busca de um paraíso
distantes e perdidos...

Incansáveis, cheios de fome e sede de poder
Poder que sua mediocridade há de querer...
Reconhecido, aplaudido, "parabéns você se tornou o que queria"
Incesante em sua fome e sede de grandeza
Grandeza que o torna pequeno, infeliz e amargo
Cheios de grades, anéis, paredes e caixas
Cegos pela liberdade se tornam cada vez mais presosservos de um sonho quase inatingível.-
Livre é quem sonha mais sabe conciliar a realidade.
Então não é sonhar
Livre é quem deseja mais consegue enxergar a verdade.
Então não é desejo
Livre é quem ama mas respeita a tal liberdade?
Então seria amor
Ou não...
Pergunte a vida e passará todo o resto dela
procurando e buscando a liberdade se tornando
prisioneiro livre.
A coisa mais que fez O Criador:
A liberdade

A liberdade fez meu Criador, Ele fez minha Liberdade
optei por não escolher nenhum lado
por contradizer todos eles, assim mais facil que aceitar
Fome, sede de não me prender, não morrer...
Acabei assim
Louca e sozinha.

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Meus agurmentos não servem de nada
Meus sofrimentos não param de crescer
E a cicatriz da ferida nunca pode diminuir
sem dor não há percepção os mais felizes são os mais tapados
Por de baixo do pano o mal se esconde
atrás do sorriso de cada ser que passou por mim
restou o ódio de saber a verdade
restou a mentira que aceitei como unica verdade
restou a mascára que visto todos os dias ao sair de casa
restou a luz que apago toda vez que abro os olhos
Mas ao lado do céu estarei acordado
diante do mundo enganando a própria vida
que nasce morta como todos meus sonhos
nasce morta como todas as minhas verdades
sou obrigado a aceitar essas mentiras
até que me torne uma farsa como todos os outros
Eu não busco a mentira
Eu não busco a verdade
Eu busco a mim mesmo
minha insanidade
não preciso saber quem são
só quero saber quem sou
e pra que sou...
mas a cicatriz da ferida nunca pode diminuir
sem dor não há percepção.
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Irônia
Por obséquio queira dirigir-me seu melhor personagem
Não me venha com qualquer um, meu bem.Por obséquio nao venha com suas melhores verdadesNão posso dar-te nada além de minhas piores mentiras.Antes os tolos que os que enchergamOs tolos nada vêêm pois nada questionamSó eles são felizesSó os tolos se satisfazem com a verdade, a raiz humana é uma mentira...
Por obséquio assista meu fabuloso espetáculo na ruaMas não leia o que escrevo
Na Rua eu brilho, uma infeliz felicidadeEm meus textos uma tristeza que nem sempre vejo em mimUma raiva que procuro em meus olhos e nao enchergo
Minha verdade será o que brilha em minha faceMeu sorriso, meu silêncio...Ou o que não consigo evitar em escrever?


ps: obséquio é uma palavra que me irrita extremamente, soa tão sinicamente...
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Tantas canções para falar de paz, amor e sonhos.
Todos cantam e aplaudem, se emocionam enquanto ouvem mas não passamde covardes que querem fugir.E sabe, ninguém, escapa da cruel covardia...
Alguns se iludem de que a morte resolveria, pos ali há outro mundo melhor ou pensam que é o fim apenas. Outros pensam queque a dor é irreal e que o amor pode mudar tudo.
O que importa se a maldita dor sempre volta?Ela se esconde depois reaparece... Por que não conseguem enchegar? Por que apontam o dedo e dizem que enlouqueci?A loucura não é nada além de percepção. Viva meus olhos loucos que enchergam além do que sua sanidade lhe permite!
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Texto de 2005, março pra ser mais precisa, achei num fotolog antigo

Rebeldia premeditada, é isso que vc vive. Reação é sua atitude, ação jamais.Segue pensamentos, não os seus, mas os dos outros. Se diz unico, mas é apenas mais um, induzido a se fingir de rebelde. Você finge questionar o sistema mas é escravo dele. Não percebe que sua tal rebeldia se torna comum. Incapaz de pensar sobre a realidade, segue pensamentos alehios induzidos pelo lugar ke vc "sobrevive". Sua vida acabou há muito tempo, agora é a lei da futilidade que reina no seu mundo, melhor seguir ordens e aceitar calado, que questionar seu grupo e ser mais um excluido.Sobrevivenvia? Sim, é essa a sua realidade, que vc pensa ser mais um sonho. Roupas e estilo igual dos seus amigos, suas verdades sao impostas pelos seus pais. Sua mente é vazia, por mais que vc estude menos isso te soma. Você nao sabe usar os meios que possui Mudar de vida não é seu desejo. você só quer estar supostamente bem. Não te importa se vai morrer sem saber a verdade. Sina?
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Emaranhado
Quando me perdifinalmente te encontrei
Quando abri mão de meus impulsos cuidaste de mim.
RAZÃO que sufoca quem sou
Ah, por que nasci assim?
Tudo em minha vida acontece da forma que sinto:Rápida e intesamente
Não sei quem sou, nem o que sinto
Apenas vivo tudo de um jeito lindo e breve
Será que meu tempo vai acabar como todos os meus sentimentos?
Rápidos demais para que eu possa entende-los.

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Paixão

Olhos
Olhos

Passos
Passos

Recua
Recua

Avança
Avança

Mãos que se tocam
Olhos que se vêem
Cheiros que se misturam

Pele
Toque
Desejo
Quimica
Fogo!

Bocas que se beijam
Roupas que se despem
Corpos que se juntam e formam um único
Olhos que se abrem

Bom Dia!
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Março
Achei um texto que fiz em março perdido no fichário, nem titulo tem:
Tantas mascáras...
Qual escolher?Observo todos os tolos, sim tolos que pensam que eu não vejo a fantasia de cada umAlungs papéis desprezíveis que fazem sem querer ou optam por ser assimtantos dedos que me apontam e eu tenho apenas um para apontar...
Para quê apontar?Somos todos mentirosos e pouco felizes.Para quê apontar?Somos todos falsos espelhos do bem.Para quê apontar?Se na essência somos feitos do mesmo vazio?
A diferença de um ser para o outro é como o que cada um escolhe para se preencherAlguns são feitos de flores e sonhos outros de raiva e vingança
"Revelar tristezas é para fracos, os que não sabem ser vencedores".
Assim aprendi... sempre odiei essa fórmula mas numa análise profunda foi isso que me tornei: um modelo de força e felicidade, e é isso que me cobram.Maldito esboço!
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Falsa escolha

Ninguém,
Todo mundo
tantos olhos,
tantos sorrisos
mãos, lábios, abraços...

Nenhum deles é meu
Vem e vão e me levam
tão bonitos e sedutores...

Me levam, eu os sigo
me canso, os deixo...
Sozinha, assim finjo preferir
Sozinha, não é como gostaria de estar
Sozinha, é como escolhi permanecer
Sozinha, medo demais pra o abandonar
Sozinha, não mais vale a pena me entregar
Me levem, eu vou
Eu vou, eu vou
me canso, os deixo...
Me levem e não me deixem fugir
amarrem-me à esses sorrisos

Esses abraços e beijos...
Me levam, eu os sigo
me canso, os deixo...
Me prendam
Sozinha, assim finjo preferir
Sozinha, não é como gostaria de estar
Sozinha, é como escolhi permanecer
Sozinha, medo demais pra o abandonar
Sozinha, não mais vale a pena me entregar

(pensei que nunca ia encontrar um fim pra esse, e acho que ainda não encontrei)
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10/08/2007
Medo
Eu tenho uma mania de querer saber, de explicar, e fingir entender...
Mania estranha, mania do medo se esconder
Se esconde dos tolos, os mais espertos enchegam o medo em cada ato corajoso
Não o medo vencido, mas o medo convertido em coragem.
Provavelmente uma falsa coragem...
Uma loucura, uma antena, um satélite lunar, uma estrada parabólica, meu mar, os olhos.
Um verde estranho vindo do para-raio em cima do meu teto solar, olhei e pensei: porque os meteoros não param de cair embaixo de meus cabelos?
Meus pêlos do braço se arrepiaram, senti correr em minha pele na velocidade de uma tartaruga um pequeno coelho vestido de cachorro e cheiro de enxofre, asas de anjo.
Um dêmonio que zela pelo cuidado do desconhecido, seu nome: Medo!
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Fácil analisar os homens como um todo, dificil analisar a si mesmo e chegar a conclusões de importância...O ser humano visto como um todo é tão claro e evidente pois a generalização é sempre muito simples, complexo é enchegar a si mesmo com perfeição, entendendo o individual particular, descobrindo quem realmente habita no corpo, é tão menos impossivel de compreender a humaninade.
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Viva!
Mudanças



Mudar à todo tempo
a todo custo, de qualquer jeito.
Como as águas que são levadas pelo vento
ou folhas secas de outono.
Sigo desapegando-me e me apegando
a coisas que não conheço.

Emoções, sentimentos nômades, viajando em torno do tempo
para quê obstinar-se em algo
com todo o desconhecido para se apaixonar?
São novos sorrisos, bocas, abraços, amigos para se guardar
Não aguardar.

Não aguardar oportunidades.
Simplesmente voar, fugir, se apaixonar
Não aguardar
Ficar esperando alguém mentir, te magoar
Não aguardar a vida lhe sorrir
Ela só retribui sorrisos a iniciativa não é dela.

Voe, sinta, ame
Apague-se, desapegue-se
VIVA!
_________________________________
Caminhada dos mortos

Sem prazer caminham os homens
Vício de manter-se respirando
Sobrevivendo.
Caminham numa vida morta
Antítese como seus amores desamados
Ou suas almas desalmadas.

“Quanta maldade”
perder sua vida, vivo!
_________________________
Musica (?) Melosinha

Quem te soprou a alma,
Pra te dar a vida
Pensou em mim
No quanto eu teu queria.
Descobri em você a minha parte amada
Teu sorriso lindo, e essa cara lavada.

Refrão:
Passar a vida juntos
Ou pelo ou menos essa tarde
Como eu quero ficar com você.

Quem esculpiu teu corpo
Esqueceu de pensar nos outros
Lembrou só de mim
Quero sentir as duvidas
Que saem do teu olhar
Estar ao teu lado
Até quando você não precisar

Refrão

Quem desenhou seu rosto
Deixou um leve traço de desgosto
A beleza é tão bonita
Dentro das suas imperfeições
Não preciso te conhecer bem
Pra te querer comigo

Refrão

O amanhã não existe
Apenas fique aqui comigo
Não vamos dormir (não podemos)
Stay here with me

Tomorrow don’t exist
Just stay here with me
We can’t sleep
Stay here with me

Refrão.
_________________________
Mulheres e seus tubinhos pretos (conto)

Durmo feliz. Acordo apática. Tenho uma manhã mal-humorada, apesar de o céu estar lindo. A manha segue mediócre e fedorenta. À tarde, descubro R$ 50,00 nos bolsos da calça. Sinto-me estupidamente feliz! Deito-me sorrindo, mas o sonho não chega, penso que aos 30 e tantos anos ainda moro de aluguel, não tenho marido, filhos, nem cachorro... Sonhos? Todos passaram- Ora que bobagem- Uma lágrima discreta escorre pelo meu rosto, a primeira de várias que, para se tornarem rios desesperados saindo de meus olhos, não demoraram nada, dormi em meio a soluços, o despertador toca:
-Triiiim! Triiiim!- não me lembrava bem do pranto na noite anterior. Sentia-me calma. Havia sonhado com meu sucesso, uma mulher com um emprego descente, usando um tubinho preto, era eu! Acabei por decidir:
-Serei uma nova mulher, forte, decidida, e nada nem ninguém vai alterar meu estado de espírito, como a mulher que veio me falar no sonho. No maior estilo "Rainha do Pedaço, coração de pedra nervos de aço" BOM DIA!-abro o guarda-roupa- Aonde coloquei meu tubinho preto mesmo?
Jogado numa gaveta lá estava ele: Chiquérrimo do mesmo modo que o deixei. Peguei uma toalha nova, tomei um banho demorado, quando saí e meu olhei no espelho os cabelos encaracolados abaixo da cintura foram um encomôdo. Pois bem, peguei a tesoura e eu mesma cortei um chanel, com franjão e tudo mais. Vesti lingerie preta e meu vestidinho da mesma cor, uma sandália não muito exagerada pretinha, salto 8 cm. Porque para renascer é preciso que primeiro haja luto, certo?
Faltava alguma coisa, ainda não gostava do que via no espelho. Alisei os cabelos: -Humm ainda falta algo...-Quando olhei de novo para o guarda-roupa vi uma nova parte. Abri curiosa, e vários bustos com características estavam lá: corajosa, frágil, indefesa, tímida, bem-humorada, simpática, chorona, fraca, infeliz- Forte, forte, forte, aonde está... Achei!- Assim que peguei o busto saia uma película da cor de minha pele. Aproximei aquilo da minha face e ela grudou de uma forma estranha, mas eu me sentia incrivelmente forte, diferente, confiante, poderosa mesmo.- Não falta mais nada- meus olhos não sorriam, mas meu ego sim.
Abri o portão, caminhei em direção à rua, um carro passou e o homem assoviou pra mim, e além de forte me senti incrivelmente sexy. No ônibus não pude evitar, apesar de estar dentro daquele “forno humano”, aproveitei-me do tumulto para apoiar-me em um rapaz lindo que e como se fosse cair, me joguei em seus braços, e ele me segurou pela cintura evitando a “queda”. –Opa gata, cuidado!- pude vê-lo me olhar de cima abaixo, como se quisesse me despir. Há quanto tempo um homem não olhava pra mim assim, e ainda mais tão jovem... Mas uma mulher forte controla seus impulsos.
Quando entrei no trabalho, obviamente não passei desapercebida como sempre ocorriam, mas ninguém ousou dirigir-me a palavra. Os homens me olhavam com curiosidade e as mulheres comentavam entre elas, e eu começava a achar graça da situação. Meu chefe veio em minha direção e foi uma das pouca vezes que pegou em minha mão:
-Bom dia Virgínia - cordial. o que um bom disfarce não faz, hein?
-Bom dia!
-Quero falar contigo, vamos até minha sala?- Bem serei promovida, finalmente reconheceram meu árduo trabalho.
Na verdade começava a sentir medo, uma angústia, passavam mil coisas em minha cabeça num espaço muito curto de tempo “Será que ele vai tentar me seduzir, ordinário”, “será que vai dizer que estou muito chamativa para o trabalho?” “Chega Vi, você é uma mulher forte e decidida!”.
Chegamos, ele abriu a porta para que eu entrasse primeiro, fez sinal para que eu me sentasse, a sala cheirava a tabaco e me sentia muito mal, disfarcei meu desconforto com um sorriso e disse mansamente:
-Pois bem, o que foi Seu Mário?
-Você está conosco há dez anos e sempre foi muito prestativa e responsável...
-Sim, foram dez anos felizes- menti- Sempre realizei minhas obrigações com toda dedicação possível.-Abaixei os olhos, não conseguia encarar o homem.
-Escute querida: eu sei disso... Mas precisamos cortar alguns gastos e você apesar de prestativa não se relaciona muito bem com seus colegas de trabalho- era mentira, algumas vezes eu não falava com eles, é verdade, mas nas festinhas do pessoal, eu sempre me empolgava com o vinho e era o centro das atenções entre as cobras, e até fui para a cama com algumas, minto, fui com várias- Me desculpe, mas teremos que acertar as contas, você vai receber seguro-desemprego e...
-E nada seu velho!- Deus o que foi isso?- Hoje vim decidade a me demitir - não conseguia o encarar de modo algum, o que está havendo? – Arrumei um emprego de gerente num banco excelente não quero essa micharia de seguro-desemprego coisa nenhuma!
-Calma Virgínia!
-Estou calma! - Merda o que eu faço?
-Boa sorte no seu novo emprego então- o maldito me lançou um sorriso tão irônico que pude ler nos seus olhos que ele sabia da minha farsa.
-Fique com ela! Passar bem!
Saí me sentindo ligeiramente bem por ter dito algumas coisas que sempre quis dizer, mesmo sendo mentiras, desta vez não quis olhar para os animais que mentiram a meu respeito para Seu Mário. Pensava do por que de tanto orgulho, eu precisava sim do seguro-desemprego, não queria, mas precisava. A mascara que antes me caiu tão bem, agora me incomodava, me sentia mal, queria gritar. Me sentia suja, lembrei de todos os animais com quem me deitei (porcos, cobras, veados), dos pensamentos sujos com desconhecidos, das mentiras ridículas, do meu sinismo e dissimulação absurdos. Não conseguia me livrar da máscara, entrei em desespero.
Por uma deserta, um tubinho preto segurando sandálias de oito centímetros, caminhava, havia um corpo dentro dele, uma mulher forte, que tinha na face algo derretendo, talvez pelo Sol maldoso do meio-dia, ou pelas lágrimas que corriam silenciosas dos olhos. Sentou-se no meio-fio, pensou no sonho, agora o entendia, luto pela sua alma que decidira morrer quando se disfarçou. Já eram tantas mentiras que fazia parte dela, por que inventou mais uma? Só seus olhos não mudaram, eles nunca mudavam, os malditos delatores não cessavam as lágrimas.
Encontrou uma grande sombra embaixo de uma mangueira, sentou-se no meio fio, colocou a cabeça entre os joelhos e chorava como se aquilo fosse limpa-la da vergonha que sentia de si mesma, de ter sido tão ridícula.Pensou em tudo que lhe sucedera na vida e ela era apenas mais uma alma desgraçada. A noite caiu e ela ainda estava ali, sentada.-Bom dia!- Um tubinho preto abre o portão e vê uma mulher nua, dependurada na árvore de sua casa por uma engenhoca feita com lingerie preta e sandálias de salto, as tiras da sandália prendiam uma na outra e uma se prendia a um galho fino na árvore, o sutiã e a calcinha amarrados a envolviam o pescoço. A depravada usava uma máscara semelhante a do tubinho, mas com uns arranhados, partes derretidas, sem olhos- Meu Deus, como existe gente fraca no mundo, zela por essa alma Pai amado, ainda bem que falaste comigo num sonho...
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Com o passar do tempo

Com o passar do tempo
Meus heróis foram se tornando figuras opacas
A exata imagem de quem não queria mais ser
Um misto de medo e repúdio
Com sabor amargo de admirações passadas.

Com o passar do tempo
Meus sonhos se tornaram grandes bobagens
Simplesmente perderam o nexo
E já não há sentido no que antes era uma busca incessante
Não mais um misto
Sim, a concretização do arrependimento,
Tempo desperdiçado.

Com o passar do tempo
Até a vida foi perdendo o sentido
Mas nunca havia descoberto qual o era mesmo...
Dias vão e levam o que sou com eles
As minhas cores, os meus sonhos e até a forma de meus cabelos...
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Lembranças

Não sei se me interessam grandes feitos...
Bastaria diluir minha vida dentro de outras.
Das tantas quedas que levei
Que não restem fotos ou registros,
Apenas as lições aos que assistiram.
E das vitórias, ainda as desconheço em sua maioria,
Não quero troféus ou prêmios
Apenas desejo ser um restinho de força bruta
Aos que me viram vencer
Porem estão desmotivados perante suas próprias lutas.
Melhor que cartas, fotos e prêmios
São as lembranças que carrego
E é só isso que quero que reste de mim:lembranças boas.
Não quero lágrimas derramadas por minha causa... Apenas:
Lembranças
Um pouquinho de mim em cada vida que cruzei:
Lembranças...
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Presente

Éramos nós
Dois apaixonados
Inconsequentes em tudo que faziámos
na forma que nos tocavámos.
Que delícia era acordar ao seu lado daquela forma proibida
Ver-te fingir que dormia,
O jeito bobo que me olhava sempre que eu saia...

Vou lembrar-me das risadas cada vez que abrias a boca
Dos sustos toda vez que abriam-se as portas.
Do pôr-do-Sol escondido
e de como somos bons pra fazer criança dormir.

Éramos dois, eu e você
Éramos um, eu e você
Sou um
Você é outro.

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In passim
Tudo vai-se acabando, tudo passado que é ao que era.

É tudo maisou menos uns vestígios de fumaça
no espaço do que deixas para trás.
E tudo o que deixaste ou deixarásde manso
ou de repente, sem que faça
diferença nenhuma no fugaz,
é assim como a garoa na vidraça:intimações de lágrima delida.
Não valeu chorar nada.
Nem te atrevasa lamentar-te à porta da saída,
pois pouco importa a vida como a levas,
que ela te leva a ti, de despedida
em despedida, a uma lição de trevas.
Bruno Tolentino

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Aaah
São eles que te abraçam, que te seguram a mão bem forte, te lembram que tudo sempre fica bem no final e que você já superou coisas muito piores. Que você é especial, sim, e não ficam repetindo isso, apenas fazem com que você se sinta dessa forma. Eles que se cansam de te ouvir reclamando da vida, mas continuam ouvindo pacientemente, que as vezes se esquecem que também tem problemas pra te dar uma forcinha. São eles que os pais implicam e dizem que não faz bem ser tão próximo de alguém. São eles que os pais dizem "Não quero você por perto!" mas as criaturas conseguem fingir que nada aconteceu e continuam pertinho. Eles que te resgatam dos abismos, e lembram que você tem sonhos, eles que vêm de qualquer lugar pra te dar um sorriso animador, e te fazem rir sem precisar de cócegas. São eles que às vezes você deixa de lado porque arrumou alguém mais interessante pra sair, mas que quando esse alguém interessante some, dá aquela vontade de correr de volta pra eles, e não é eles te esperavam? São os amigos.
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Lençóis limpos
Trocar o lençol, a fronha e a toalha. Era disso que ela precisava. Sentia cheiro de pecado, e seu estomâgo dava voltas. Trocar os panos faria com que tudo sumisse. Ela estava certa disso, não foi a primeira e provavelmente não seria a última vez em que se sentiria culpada. Dessa vez era segredo, ninguém ficaria sabendo.
Sem delongas as listras laranjas e brancas deram lugar a um forro todo branco. As flores do travesseiro se transformaram num azul cor do céu. E a toalha vermelha se virou num tom de toda a paz.
Tomaria banho, cantaria no chuveiro, lavaria os cabelos, e se ensaboaria com todo o cuidado que merecia. Ah como se sentia bem com a água gelada percorrendo todo o corpo, levando embora toda a aflição. Lavando toda a culpa.
Culpa! Vômitava quando lembrava daquele lugar, daquele cheiro, aquelas vozes, rostos, mãos.
Lençóis limpos! Lençóis limpos! Lénçois limpos!
Pronto! Se deitaria e não haveria culpa. Nem vômito. Nem medo. Nem saudade.
Só iria existir ela em seus lençóis limpos, longe deles, dele, e de todos os outros.
Lençóis limpos.
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Ain tava lendo o meu blog antigo e achei uma coisa que escrevi que sempre vai se encaixar todas as vezes que eu me apaixonar (acho né).
Lá vai:
Caminhava centrada,
certa de si, confiante.

Encontrou-se com a parte que faltava dela mesma
experimentou tudo que ser completo pode trazer

Caminhou perdida, louca, insanamente feliz.
Encontrou-se com o que sempre quis sentir
Experimentou o amor.

Caminha agora triste, sozinha, insanamente deslocada
Encontrou-se com a perda do que nunca desejou
Experimentou o verdadeiro amor

Aquele que vai e nunca volta
Que deixa feridas irreparáveis
E uma imensa saudade
Aquele que dá o que antes não era preciso
Que um dia leva embora
E deixa o vazio
Aquele que dá coragem
Que enfrenta tudo e todos em nome dele
E deixa medo.
O amor...
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Quantos vazios suporta um coração
Sabe quando me senti totalmente completa? Quando não me lembrava de nenhuma decepção. Estranho né? Então, deixa eu explicar? Obrigada. Funciona assim: Me envolvo afetivamente com alguém e acabo por colocar a pessoa dentro de mim. Só que um dia ela vai embora e fica um vazio grande demais pra suportar no lugar que era dela, e esse lugar ninguém substitui. O tempo passa e acabo me esquecendo daquele buraco, o tempo passa de novo e encontro outro alguém, e de mansinho vai se aconchegando, invadindo meu eu. O tempo passa o ex alguém meu se vai. E fica outro buraquinho, o tempo passa e eu esqueço... Quantos vazios caberiam dentro mim?
Sabe, não me refiro APENAS a namoros, rolos ou coisas do tipo, seria ridículo colocar a culpa da minha certeza de estar incompleta nos homens (meninos, desculpem) com os quais me relacionei, confesso que seria mais fácil e agradável culpa-los, mas não é assim que a banda toca. As decepções com amigos, pais também deixam espaços impreenchiveis. Os amigos inseparáveis de escola, do primeiro emprego, sei lá, todo mundo deixou um buraquinho aqui dentro quando se foi, e pôxa ainda to vivinha da silva, e aliás, tô bem! Claro que vira e mexe, alguém desocupa o cantinho que guardei pra ele aqui dentro e eu fico com aquela sensação de faltar alguma coisa, mas passa. Juro.
Só que num dia pode fazer muito frio, não ter ninguém preu conversar e é aí que tudo volta... Dias bem coloridos, colos confortáveis, beijos demorados, pessoas que eu não queria que partissem, tudo vira saudade, saudade que fica me cutucando até doer. Dói muito... Fica aquela soma de vazios sabe? Vira um vazião (vasilha grande hahaha), algumas vezes até choro, tadinha de mim. O impressionante é que continuo vivinha da silva, descobrindo que saudade não mata (tô morrendo de saudade de você), portanto cheguei a conclusão que meu coração é tão grande que caberiam todos os vazios do mundo aqui dentro.
Mas é uma conclusão falsa, (anh?!) é falsa sim! Esse foi só um pensamento romântico que me ocorreu, a pergunta que não se cala aqui dentro: Quantos vazios cabem dentro de mim?
_Sou péssima em matemática, e acabei de escrever um texto de quinta série, mas se alguém que tiver descoberto quantos vazios suporta um coração, me diz vaai?
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imas pobres
A incerteza e a inconstância fazem parte do meu eu
confusão sem fim, porque
pensam minhas idéias que podem controlar minhas emoções.
Tolice achar que sei de minhas ações,
Vira e meche, meche e vira me encontro perdida
Dizendo que tudo passa, assim é a vida.
Mas sempre tem alguém para bagunçar meu organizado,
Alguém que me coloca, e lá me deixa, num emaranhado.
Emaranhado de rimas pobres, porém sinceras, pois a alma é nobre.
Mas não se engane!
Não é tão nobre assim, para dar o direito de que tenham pena de mim.
Mas nobre ao ponto de ir ao encontro
Do meu próprio abismo.
De fazer o que quero, perder o juízo.
Te encontrar pelo simples prazer de me perder.
Depois sei que vou tentar me arrepender,
mas é em vão.
Me disseram que as quedas são para aprender.
Já cai tanto, será que aprendi?
Sei não, tem gente que cai a vida inteira
E ainda sorri...

-Bom diia, meu final de semana foi estranho, madrugada de sexta no telefone com ele. Sabádo achei que não faria Sol, fui pro clube sem protetor, tô toda queimada, mas foi divertido.
A noite o vi nós voltamos. Aliás, não se fiz bem, mas fiz. Deixa né?

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29/01/2008
Todos os verbos em mim
Sou um verbo, ou todos eles.
Um abraço e um adeus.
Onde começam as perguntas, também onde elas terminam.
São segredos que descubro e guardo bem escondidos
Meu cabelo de todas as cores é só mais um desses tesouros que ninguém descobre o porque.
E meu jeito avoado não é um desfarçe, sou meio boba mesmo.
Mas sinto tudo, sinto tanto.
Todos os verbos em mim.
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07/02/2008
Não existe o fim, pelo ou menos ainda não o descobrimos.
Pensamos ter acabado, engano dos mais tolos, há muito para ser vivido.
te amo.
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18/02/2008
Our steps were the same, the same direction. The same fears, the same runnings...
What explain all the times we're passing for eatch other and I can't see?
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Palavras
Antes não me paravam de pertubar,
a ausência de sentimento me fazia sentir tanto...
Hoje já não sei onde elas estão, você as levou embora?
a ausência de sentimento me fazia dizer tanto...
Talvez eu só falava, não dizia...
Não entendo, mas hoje mora em mim um barulho, que sem emitir som algum, conforta.
É tanta paz e mansidão que chega assusta.
Aonde elas estão? Para onde você as levou?
Roubaste ou apagaste minhas palavras?
Ou será que te dei todas e nem percebi?
Mas não se preocupe
te deixo ficar com elas e também com meu amor. :D