segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Best photos - 2009

Pois é menine, surtei e fiz um moicano... x)



Goldin, Goldin haha



Desenvolvendo o complexo de Marylin Monroe "Só estão interessados em meu corpo".



Nossa visão sessentista, Vickinha's birthday



Só porque fiquei bonita nessa ;x hahah



Vem cá com a Aninha, vem



:D



ALOK!



HEY MACARENA!



Puxa a manivela LUDãããããO!



Cindy Lauper eating David Bowie



Let's have some fun



Be with myself



Fui dar em Budapeste quando...



Teatro que roda - LINDO



Mirante



Festa de pijama



Tardes em casa



All the dogs are barking in Metropolis



Fiction sangrenta



Cine Gold with masks



Clelanna Fessora



Sou obrigada a confessar que, nesse dia me diverti da DIESEL.



GaGa Ohh lala



"Ceci n'est pas une pipe"



O dia em que descobri até onde iam meus limites.



Início do "platinamento" e de cabelo curtinho



Pimp my night!



UUUUUUUUUUURRUL, A chata da balada (Metropolis)



Esmaltes da Meia (Analu) durante a aula



Bar matinal



E que a fila do banheiro, espere mais, estamos tirando fotos, PORRA!



Faz biquinho çenzual amiiigããã!



She wolf, mas foi antes do clipe heein



I'm so shy, rs



Obrigada por me apoiar, sempre. haha



My Junkie baby


She was a Princess, queen of a highway

Impressões, leves, sobre 2009 e expectativas pra 2010

Podia deixar pra escrever sobre isso no último dia do ano, mas falta tão pouco pra acabar. Não cresci muito intelectualmente em 2009, aliás, na primeira metade do ano tive sim algum progresso, estudei e escrevi bastante. Mas achei que a síndrome de "Deixe-me viver" não deveria continuar reprimida.
Comecei a saltar de picos em altos e ultrapassava limite atrás de limite só pra descobrir até onde aguentava. Percebi que sou muito mais forte que pensava, me virei sozinha, e muito bem. Mas um dia o limite chegou, ou fui até ele, vai saber...
Olhei dentro dos olhos de muita gente, mas tentei ver a alma de poucos homens, aliás aprendi que alma não faz muita diferença quando se esta nua em cima da cama. Lamentável.
Resolvi muitas de minhas questões de auto estima, não tenho muita certeza, mas pareço ter criado um novo eu para fazê-lo, o fato é que nunca mais ninguém me machucou ou me fez chorar. Ainda que seja só aparência, prefiro ter uma casca bem resistente, a ficar com meu contéudo exposto deixando que destruam meu contéudo. Auto confiança é uma aliada que não quero perder nunca mais, me joguei no meio de cobras pra ver se saia sem picadas, e parabéns pra mim.
Perdi o controle sobre meus limites, fiz loucuras que nunca pensei fazer, reprovei em matérias na faculdade que eu adorava, esqueci até dos poucos valores que cultivei, e conheci pessoas incríveis.
Nunca, em 362 dias, dancei tanto quanto nesses últimos, ri até cair no chão e a barriga doer, bebi até esquecer os sapatos, e jamais me senti parte de algo, como me senti de amigos que conheci "ontem".
Fazem, aproximadamente, 377 dias que não preciso que ninguém me diga o que fazer, e que enquanto obedeço, o filho da puta dorme. Fazem 377 dias que comecei a me recuperar de um dor que parecia eterna, fazem 377 que sou completa por mim e mais um monte de gente, não por apenas uma. Fazem 377 dias, e nossa, como estou feliz, pensar e escrever sobre você não dói nem um pouquinho, não fico sequer com raiva, te daria até aquele abraço. Lembra que recusei o último que você pediu? :)
2009 foi meu ano impulsivo, foi louco, intenso, incrível, dramático, colorido, psicodélico, e CLARO foi MUITO ELECTRO! Uma versão hype de Almodovar, fora da película. E olha, tem coisa que vi esse ano, que que nem em um milhão de linhas consegueria descrever. As coisas que senti, nem se eu usar todas as cores do mundo, consigo delinear. Sou hiperbólica sim, mas juro que agora não estou exagerando.
Espero de mim em 2010 mais juízo, trabalho, estudo e quero meus amigos ainda mais perto. Quero ganhar dinheiro, sair de casa, e quem sabe me apaixonar por meu novo curso (uma das metas pra 2009 era decidir entre jornalismo e pp). Aliás, talvez eu me apaixone por alguém em 2010, pode ser que valha a pena.
Estou cheia de planos, idéias, de vida! Não quero mais morrer, e nem estou tão indiferente ao fato de ter pulso. Peguei minha vida de volta, e agora que a tenho em minhas mãos não quero deixar que parta nunca mais! Não eu não tomei antidepressivos, só me sinto bem, e isso é maravilhoso. Apesar da tosse horrorosa e da gripe que não me deixa, consigo respirar.
Em 2010 quero dormir em cima de Sartre de novo, andar pelas ruas me sentindo em um filme bonito, olhar pras pessoas sem sentir dor ou medo, encarar o espelho. Quero acordar na hora certa, e guardar meu dinheiro. Espero ser mais calma, persistente e atenciosa. Meu novo eu é um pouco egoísta, e dessa parte não gosto.
E que venha 2010! I'm ready.



___________


Tinha muito tempo que não escrevia um textinho tão feliz.
A pele amarelada, que combina com os olhos castanho-muito-claro e com o cheirinho de preguiça. O rosto de textura macia, bem fina, e as olheiras de quem adora um bom filme na madrugada. As mãozinhas levemente ressecadas são as mais carinhosas que já conheci, e o olhar desconfiado antagoniza-se quando olha pra mim. Os pézinhos pra dentro, e os óculos bem sujinhos... Ah que saudade de você Clenon.
Sinto que posso falar qualquer coisa, e falo mesmo. Estou sentindo tanto a sua falta, existem coisas que só você perguntava, o tato que só um jornalista nato e um amigo maravilhoso tem.
Três dias, isso é muito? Depende, três dias sem você é quase uma eternidade, e tem muito mais que isso que não nos deitamos no tapete pra falar sobre qualquer bobagem.
Te amo tanto, obrigada por esse ano lindo. 2009 seria péssimo se você não estivesse por perto cuidando de mim, me dando broncas, e como todo amigo que se preze: me metendo em furadas.
Obrigada por sua paciência com minha vunerabilidade de humor, com minha irresponsabilidade e meus "Atos que desafiam a morte". Obrigada por sua companhia em todas as noites que duraram dias, por todos "taloktaloktalok nãonãonãonão", pelas caminhadas diárias depois das aulas, pelas ''dosinhasdeypyokinha" que agrediram cruelmente meu fígado delicado (rs), pelas maravilhosas imitações do Ray Charles, releituras visuais da Lady Gaga, a dancinha de bracinhos, e nosso truque incrível da caixa mágica, versão futurista boom boom pow. E CLARO, pelas "quendações" das viborazinhas noturnas.
Você é incrível, se eu acreditasse em Deus, agradeceria pessoalmente a ele, mas como não é o caso, diga obrigada a seus pais.
Vê se volta logo, Goiânia Hype City não é a mesma sem meu Rei do Iê Iê Iê.
E lembre-se daquele bilhetinho na aula de filosofia: Nossa história vai virar cinema, e a gente vai passar em Hollywood i i i!
Te amo muito, irmãozinho *-*
Sua, Ana Simiema.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

O porque de fazer fumaça.


Não há nada em minha boca além de cafeína, antidepressivos e cigarros. São essas as coisas que me freiam, me mantem assim, como todo mundo conhece..
Por que eu não largo tudo, se só me limita? Porque perdi as rédeas de mim mesma já faz algum tempo, e só consigo demonstrar algum esforço pra viver com impulsos artificiais.
Eu como, como até demais, mas não sei mais qual o gosto dos alimentos. Eu sinto por mim mesma também! Juro, por tudo que não creio, que sinto, mas não consigo lidar com os sentimentos, e nem deixa-los sob controle, quero exeder o limite do meu corpo e obrigar aos que me rodeiam que sintam tanto quanto eu.
Se eu amo? Claro que amo, só que amor dói e me causa ânsias de vômito com as malditas borboletas no estomâgo.
Mas eu te amo, e é uma tragédia, mato as borboletas intoxicadas com venenos que entram pela minha boca e aumentam meu amor próprio.
Me apavora pensar que meu desejo é claro. Por isso te quero longe, quero comigo a tradicional felicidade em capsulas, o costumeiro animo em pó e a tranquilidade que posso comprar por R$ 4,25 diariamente.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

É dificil falar de amigos sem cair no comum, eu nem tentei, dia desses não conseguia dormir e tive uns flashes de mil momentos e das pessoas que estavam comigo, meus amigos, e escrevi isso:

Meus amigos, como eu, planejam com frequência táticas infaliveis para conquistar o mundo, mas não conseguem sequer um espaço em suas casas.

Meus amigos, como eu, escolheram uma postura de condenação ao se posicionarem como céticos, ateístas ou agnósticos, e têm em suas mentes todas as verdades universais, mas crêem nos segredos dos astros.

Meus amigos, como eu, têm idéias mirabolantes, que provavelmente dariam certo, mas o que fazer se a mente é brilhante e a alma preguiçosa? Abandonamos os sonhos, as vezes, antes de colocá-los num papel.

Meus amigos têm um ar de diferença, mas quando justapostos nos vemos tão iguais.

Meus amigos, como eu, tem ares de estrela e transpiram antipatia, criam mundos onde são donos de tudo mas, não passa de auto-defesa e insegurança.

Meus amigos são meus, não por piedade, ou porque nos parecemos em tanta coisa. Mas porque não consigo imaginar a vida sem ter por perto essa gente de olhos delatores, e andado com mãos nos bolsos. Sem meus amigos que param com os pés pra dentro e nunca limpam os óculos, que cantam mal e escrevem bem, que lêem todos os livros possíveis e nunca ligam a TV, os que adoram a TV e repudiam os livros. Meus amigos que riem de tudo, e os azedos também com seus cenhos franzidos e bufando de raiva sem parar, sem os que parecem seguros de si quando se esquecem que são transparentes, e dos que têm coragem de ser quem são mesmo que não se dêem conta do quanto é arriscado se assumir.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A livraria que me trouxe.

Há muito não sentia vontade de aquietar-me, e ver o que se passava por dentro. Quando se vive numa sequência de loucuras, sorrisos vazios, noites em claro não sobra tempo pra olhar pra si mesma, e ainda que sobrasse, a alma fede, pois não descansa e suga o que há de pior nas proximidades. A alma fede, e fede muito.
Nessa manhã, entrei num refúgio aconchegante e me lembrei do que costumava fazer para ver o mundo com olhos que não os meus. As prateleiras cheias de livros, histórias falsas e outras quase verdadeiras, quis ficar ali pra sempre abrindo páginas e me encontrando em gente que não sou eu.
Acho que gosto de filmes e livros por isso mesmo, enxergar a vida de uma maneira menos niilista que a minha, ou até mais,não sei. Gosto de ver é de outra forma. Ver com meus olhos todo o tempo cansa, e cansa muito.
Quero recolher-me em mim, deixar minha alma presa no meu corpo, me sentar e ver tudo de outro jeito. Estou realmente estafada de não dormir, de sentir dor, e pior, de provocar dor em mim, de auto-destrução.
Isso não é um discurso cristão, e espero nunca fazer uma bobagem dessas, acontece que preciso mais de mim mesma, pois estive longe demais. Saber que estou voltando é incrível, aconchegante, e como todos os meus regressos, é novo.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Auto análise

Nessa imagem refletida no espelho, me desconheço por inteiro. Sequer me recordo qul foi a última vez que me reconheci.
Dia após dia, mais desfigurada, com mais mundo que alma ocupando o espaço que deveria ser meu.
O desapego pela vida me surpreende, mas não incomoda.
Me liberto de rédeas que nem sabia que existiam até o momento de me soltar.
Por vezes tento banalizar a mim mesma, não pensar em quem sou, por que sou, por que faço, por que vivo, e me entrego totalmente a qualquer proposta barata de esquecimento temporário, de abandono do meu corpo tão pesado.
Mas depois de voltar dos abismos nos quais me lancei, vejo que existo apenas para mostrar que é possível viver se matando lentamente.
E sabe, não me aflinge, me conforta saber que não vou viver pra sempre.
Há uma ausência muito grande na parte louca que cativo, não sei o que falta, mas falta muito.
Não sei se matei meus discursos ou se me enchi de conceitos e fiquei vazia.
Gradativamente perdi a fé na política, nas pessoas, em Deus, no amor, na vida, e por vezes perco a fé em mim mesma.

domingo, 4 de outubro de 2009

ódio

As unhas muito curtas cuidadosamente encaixadas nas mãos brancas. A pele quente, o coração gelado, impalpável, e capacidade incrível de ignorar completamente o que eu dizia.
A falta de seriedade, o ar zombeteiro, o olhar gélido, as opiniões maldosas.
A música que me obrigou a ouvir todos os dias, a hipótese de aventura, de quebrar regras que sequer existem, a cura.
E agora? Agora é nada.
Foi bastante, mas me arriscar não valeu a pena. Se eu pudesse quebraria sua cara, colocaria fogo em você.
Foda-se!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Opaca

Das perguntas que não cessam, da face que não reconheço nas fotografias, dos olhos que não encaro no espelho, das mãos inquietas, pernas compridas, contradições sequenciais, matérias que me fazem mas não me completam.
Do medo da reprovação familiar, de perder os poucos laços que me restaram, da fobia social, dos pensamentos ilícitos, das atitudes supreendentes. Não me conheço, só sei o que sinto ao sentir, não é o tipo de coisa que posso prever.
A pouca graça que a vida me concede é surpreender-me a mim mesma. Se acabo com isso, prefiro a morte (aliás quase sempre prefiro a morte). Gosto de me estranhar, essa é a razão de eu não olhar em meus olhos. Não quero saber mais sobre mim.
Sou feia, um tanto maldosa, egoísta, hipócrita, despida de moral e vazia. Isso vejo, e basta! Resta um mar de coisas inexploradas em quem sou por mim mesma.
Não me testo mais.
Posso conhecer meu sexo, mas não meu gosto. Desvelar meu passado e, não ver meus pensamentos. Delinear meu corpo, e só imaginar minhas costas.
Ser transparente não me interessa!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Viver não é o tipo de atividade que me atrai.
Simplesmente não faz sentido algum levantar com o sol e me ocupar com uma série de coisas se não tenho planos para o futuro. A morte me parece algo extremamente tentador, sorte de poucos.
Morrer deve ser delicioso, um sono sem sonhos. Sentir aos poucos os fios de vida saindo do corpo, como cabelos que desbotam lentamente quando se envelhece, as vistas que ficam escuras como quando se está entorpecido, e o ar que se torna escasso gradativamente como meu fôlego de fumante.
Se eu pudesse, viveria todos os momentos de uma vez, para evitar ausência de sentimentos que não consigo ter. É, eu sinto falto de sentir. Como uma velha cética e cansada, enquanto os outros irradiam luz por aí.
Sempre me doeu não saber agir com desprezo diante das coisas. Viver sempre foi algo insuficiente para mim.

Entre tantas e outras me inventei,
no excesso, na inexistência,
no insuportável, no convidativo,
no amoral.
Desgrenhada, descabida
uma dose desmedida de bebida verde
e minha fútil experiência espiritual.

De tão desinteressante que sou, me tornei uma raridade.
Mil vezes várias gentes num dia só.

Quem escreveu essa bobagem?
Você, disse o espelho.
Quem sou eu?
Você.
Quem é você?
Você.






Não sei viver se não for intensamente. A dor é invalida se não for total.
O grito é mudo se não for ensurdecedor.
Sorrir não é gratificante se não for um riso escancarado.
É preciso entrega, e para tal, conhecer-me.
Desvelar cada canto da minha alma.
Remexer nas velharias escondidas, relembrar todos os sabores que provei,
desejar o que ainda desconheço.

Depois de descoberto, consciente dos perigos e vantagens de ser quem sou
dos limites que me pertencem e de aceitar a invasão do mundo externo ao meu,
Estarei pronta para não me entregar totalmente.

Viver minha solidão com imensa sede, tem me bastado.
Porque solidão nada mais é que viver consigo mesmo
por isso tanta gente repudia ficar desacompanhado.
Encarar-se dói.
A mim, dói mais ver os outros.
Me acostumei com minha cara, minha forma, minha feiúra.
A dos outros, por vezes me fere.

Assumir-se é perigoso
Mas preciso disso, cada dia mais
Entregar-me a mim mesma, viver só, sentir como é ser quem sou
gostar de ser assim, mesmo que eu não saiba com exatidão que 'assim' é esse.
Saber, e depois ser.
Depois de ser? Não sei, talvez me espalhe por aí,
me divida com alguém, até ser completa, sou só minha.
Assim, sendo quem sou, não me perco, nunca mais!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Hoje, mesmo que só hoje, eu poderia abraçar o mundo inteiro.
Poderia ir embora, viajar, andar pra longe e não voltar mais, ou voltar, por que não?
O fato é que poderia ir pra bem longe, beijar a vida, conhecer cada fala e cada olhar, apreciar todos os gestos e depois voltar pra quem sou.
Ou me perder por ai, possivelmente ser uma nova pessoa.
Mudar mais uma vez, o que é mais uma vez pra quem já mudou milhões?
Mas hoje, e amanhã vou ficar bem aqui, pensar em tudo que vou viver depois,
viver pouco e contidamente da forma que se deve ser.
Porque para ser vivo precisa-se de ser contido primeiro.
Mesmo que eu não queira, mesmo que precise me perder pra me sentir inteira.
Vou ficar presa toda dentro de mim, sem que nenhuma parte saia,e depois
Depois vou ser completa pelas metades, vou deixar metades por todos os lados
metades de metades, terços, quartos,
E assim vou ser todo o mundo, todo mundo e tudo mais que houver.
Vou me perder, perder muito, vou dizer tudo que vejo exatamente como quero dizer
E fazer com que enxerguem como eu, vou gravar olhares, mãos e gestos.
Eterniza-los.
E quer saber, vou escrever até que meus dedos caiam, e não ligo se não sou mestre em retórica,
concordânca, se me esqueço de regras de gênero, número e grau.
Vou ser, escrever, fotografar.
Pra sempre, até o último fôlego, viver de dizer, como eu sempre quis.
Mas hoje? Hoje vou voltar pro meu mundo e firmar meus pés nos chãos
deixar que só o pensamento divague. Vou andar pelas ruas com sapatos que cansam meus pés,
me sentar em uma cadeira de frente a um computador e ouvir tudo o que têm a me dizer pelos malditos fones de ouvido.
Amanhã também será assim, mas e depois?
Eu sou covarde, mas não uma covarde qualquer. Uma covarde acima de qualquer limite de covardia. Tão covarde, mas tão covarde que não consigo encarar as coisas como elas são. Tudo parece doer quando analisado de perto, tudo faz sofrer se for realmente observado. E sabe qual o problema? eu não sei olhar pela metade, ou vejo tudo, ou não vejo nada. E como ver dói tanto, procuro fulgas, modos de ficar mais cega, de ver menos, sentir menos, drogas pra me causar apatia, ou um pouco de felicidade, que seja. As relações parecem tão superficiais, e as pessoas são descartáveis, substituíveis. Inclusive eu. Viver em ecstasy as vezes cansa, mas lucidez me faz um mal maior que cansaço. Falar sobre os outros é simples, analisar e entender todo mundo, todo o mundo, é tão banal. Agora dizer o que vejo, como vejo, o que sinto, como e tentar explicar os motivos desse turbilhão de coisas é impossível, meu sonho impalpável, assim como todos os outros que tive um dia. Não sou uma covarde qualquer, sou A covarde

terça-feira, 2 de junho de 2009

A Puta

Como se ao toca-la, queimassem as minhas mãos
meus ohos ardiam e a frieza se substituia por um calor horroroso,
um calor que arrancava meu sossego.
Incomodava minha crueldade.
Agora só quero que ela morra.
Mas naquele dia, todo o sentimento do mundo passou po mim naquele longo minuto, e eu não tinha certeza se gostaria que findasse.
O fio de seus cabelos aquecidos era como um derreter cerebral,
me dava prazer.
Um ser só, me trouxe sensações de amor e ódio.
E não consigo há muito me esconder em teu seio maternal.
Mas quando me lembro desus olhos, muito arrendondados, a inquietude me toma pela mão e me faz correr para longe, bem longe, antes que a mate.
Só para não ter que olhá-los, os grandes olhos.
Queria eu saber se amo.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Por quantos caminhos terei de passar até descobrir a que vim?

Mergulho em mim e nada encontro, adentro no canto profundo da minh’alma
Me perco nas valas do meu vazio
Vazio com curvas e becos que não dão em lugar algum

Há dentro de mim mais pessoas que posso contar

Santa imunda
Puta imaculada

Se haviam empecilhos, hoje, não há mais nada
Apenas o grito mudo, a respiração ofegante, os olhos marejados
E mão nervosa que tenta frustradamente encontrar a palavra
Que traduza essa agonia.

A dor que não é dita
Prolixidade daquilo que é omitido
Frieza do omissor
A dificuldade de tocar alguém e de se deixar tocar assusta
Mas a falta de amor próprio assusta ainda mais.

Santa imunda
Puta imaculada
Sou.
Dessas intensas sensações que me perseguem
Começo a sentir nojo
O que antes me dava imenso prazer hoje me cansa
E já não sinto vontade de praticar nada.
Como tudo que me apetecesse fazer já houvesse sido feito repetidas vezes
E viver se tornasse uma teoria vaga e superficial
Qual o fim de acumular experiências, emoções senão o fim (no sentido real da palavra)
Nada surpreende e empolga a alma fadigada e preguiçosa
Que despreza possíveis emoções
Joga fora o impreciso
E vive só de ar.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Alice

Os olhos grandes e redondos de quem está constantemente espantado,
As mãos de formas quase encantadoras, levemente calejadas,
Os cabelos tingidos com tinta barata lutavam para esconder a idade expressa nos olhos.

Fé cega sustentada pela Santa Ignorância e,
Um abismo foi criado pouco a pouco afim de separá-la desse mundo.
E lá está Alice, em sua realidade
na mais particular das versões reais da vida.

Do outro lado, eu.

No mundo de Alice os milagres acontecem e os problemas tem fáceis soluções.
Alice morreu para o mundo e nasceu para o homem
que carregava a verdade debaixo do braço, bem no sovaco.

Alice sentou-se na beira do abismo
cavado pelos missionários da Palavra
Cantou num desafinado clamor à piedade de Deus
Comeu do pão que cura e bebeu do sangue que liberta,
o pão que o Homem amassou, o sangue que o Homem derramou
Ficou cega, então o Senhor respondeu
Alice ainda ouvia e dava graças por isso
Gritou pelo Criador
Ele a chamou
-Vem Alice...

Alice mergulhou no abismo

E eu disse:
-Adeus Mãe!

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Soluções baratas me são um tanto quanto sedutoras. A morte me parece melhor que todas, a mais fácil, rápida e certa. Afinal entre morrer e comprar um cachorro a primeira opção é poupar esforços com a segunda, já que eu vou acabar morrendo e o cachorro também.Mas tentar morrer e não conseguir é pior que continuar vivendo pois é muito infeliz tentar tirar a própria vida e nem isso conseguir. Não creio que seja privar-se das emoções e das surpresas da vida, é apenas tomar tudo num gole. O cheiro da morte e o gosto dela são extremamente agradáveis.Não ter que conviver com gente, gente me cansa, me deixa preguiçosa e seriamente magoada. Gente me aponta e fala de mim, eu também falo da gente, porque gente é uma merda.Relacionar-me com pessoas foi sempre um grande problema, em dado momento dos relacionamentos acabo expulsando a gente toda. Sequer consigo manter firmes os laços que supostamente se desenvolveram das convivências, a gente começa a ficar chata, mandar em mim, querer saber e pronto, já me irritei. Nem sei mais se gosto de pouca gente, estou começando achar que não gosto é de gente nenhuma.Cuidado com o julgamento, pois não me agrada a idéia de matar os outros, de forma alguma sou assassina, mas morrer sozinha é um convite tentador, um acidente seria delicioso, andar despreocupada pela rua e de repente um carro passar em cima de mim, vou morrer num susto e nem vai doer. Ou quem sabe uma bala perdida, na fila do banco pagando as dívidas e um ladrão dá tiros e um me acerta. O problema é: se eu não morrer e ficar sequelada? Vou acabar dependendo dessa gente toda.O suícidio é bonito, privar as pessoas das mágoas que causarei e que elas causarão a mim, priva-las dos diálogos exaustivos e privar a minha mente cansada, talvez a única forma que um ser tão emotivo tenha de externar o amor pelo próximo, por toda essa gente. Mas se falhar, se não tomar pílulas suficientes, se amarelar na hora de atirar na cabeça, ou pular de um lugar não tão alto, não vai valer a humilhação da gente cuidando de mim, me aconselhando e declarando o amor divino na minha vida.Morrer ou não morrer, eis a questão.Deveria ter sido essa a frase de Shakespeare, ou melhor, morrer agora ou esperar conquistar muitas coisas e morrer? Todas as certezas cultivadas em vida são vãs, com exessão da morte, por isso a pobrezinha é endiabrada, enfeiada, as pessoas tem medo do que sabem que vai acontecer, mas eu não sou assim, gosto de saber, de ter uma certeza!Vai que Jesus desce e não me deixa morrer?! Quero gritar bem alto ME DEIXE MORRER, porque viver me cansa, me deixa fadigada. Abrir a boca e ver olhos espantados ao redor vai cansando, só é bom no começo, logo cansa, e cansa muito.Sentir que estou ultrapassando os limites já não é suficiente, acho que ultrapassei tudo que me limitava, a única coisa que me prende mesmo é viver. Fui largando aqueles conceitos defasados, jogando fora a historinha da moral, esquecendo o que era ética, fazendo o que me apetecia e usando o gerundio exaustivamente. De repente não consigo mais ver as linhas, as barreiras, o que resta a uma pessoa nesse estágio? A morte, oras, o limite máximo da vida, o único que se for ultrapassado uma vez não se pode voltar, ou pode?Quero ser uma formiga na próxima vida.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Nascimento

Queria saber o segredo por detrás daqueles óculos, descobrir a quem eram destinadas palavras tão difíceis. O que escondiam os olhos que me convidavam? O qu~e?
Ela tinha ares de quem conhecia tudo, sabia todos os segredos da vida. Por que escondias-os de mim? Por quê?
Eu me entregava a ela, mas ela, ela não se entregava a mim. Eu, eu que sou homem, tenho toda a força do homem, me vejo enfraquecido com o toque de uma mulher, uma mulher!
Ela acendeu um cigarro, tomou o último gole de whisky:
-Já vou.
-É cedo.
-Preciso.
Vestiu o sobretudo, calçou suas botas de couro, segurei aquelas mãos frias, uma criança que suplica amor, eu que sou homem e sou forte. Ali, nu, entregue, desarmado, implorando atenção.Me deu um beijo gelado, deu também as costas. Andou até a porta sem olhar-me, eu que sou homem, e sou forte, sequer olhou-me. Não seria mais indefeso. Peguei a arma no paletó jogado no chão, e de pé, nu ainda, aguardei com a mesma frieza que ela me tocara, que tocasse a maçaneta.
Ela tocou, e eu atirei.
Eu que sou homem não poderia deixar que um par de óculos que calavam toda a sabedoria me deixasse mendigando, me fizesse inferior. Eu que sou homem e sou forte.
Mário Abreu
(eu)
Não sei viver se não for intensamente
A dor não vale se não for total
O grito é mudo se não for alto
Sorrir não é gratificante se esconder os dentes
É preciso entrega, e para tal é dispensávelconhecer-me,
desvelar cada canto da minha alma
remexer nas velharias escondidas,
relembrar todos os sabores que provei,
desejar o que ainda desconheço.

Viver a minha solidão com imensa sede
porque nada mais é que viver consigo mesmo
por isso teme-se tanto ser sozinho.Encarar-se dói.
Assumir-se é perigoso.É um risco necessário para a felicidade
entregar-se a si mesmo, viver só,sentir como é ser eu,
gostar de quem sou por mais que não o saiba completamente,
e ainda assim, ser.

Depois de ser? Me dar.
Me dar a vida, e depois, só depoisme dar a alguém.
Assim cuido de quem sou,assim não me perco.Nunca mais.
quero que esse texto suma daqui pra sempre

28.12.09

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Levar a vida

Levar a vida e não deixar a vida me levar. Sim, porque nunca fui muito preocupada com o amanhã, acreditava na política de que cada momento é único e deve ser vivido intensamente sem pensar nas consequências, mas tenho pensado de forma diferente, planejar, ter metas, objetivos, e ter algo para comemorar, conquistas suadas, bater palmas pra mim mesma de vez em quando, engrandecer meu ego tão pequeno. Nunca fiz uma lista de promessas para um ano novo, e quando chegava o último dia do ano passado não havia nenhuma conquista, pelo ou menos não para mim. Então vou fazer diferente esse ano, planejar algumas coisas e ver se me sinto melhor dia 31/12.

1- Arrumar um bom emprego
2- Decidir se quero Jornalismo ou Publicidade
3- Ser menos tímida
4- Acreditar mais em mim
5- Confiar mais nas pessoas
6- Emagrecer 2 kilos
7- Tirar carteira de motorista
8- Postar tudo que escrevo
9- Passar mais tempo com minha mãe e com meu pai
10- Dar mais valor ao meu dinheiro.

Dez coisas tá passando de bom.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Desabafo

Tá, hoje eu vi minha nota no vestibular da UFG. Nem preciso do resultado, tá na cara que não passei! Não gosto de falar de como me sinto com as pessoas, na verdade, eu não consigo, então resolvi escrever aqui, pra ninguém ler! hehe
Sei que não me esforcei desde o início do ano, que não levei a sério, que vivi em função de outra vida, não da minha. Mas no fim de 2008 tentei estudar, tentei mesmo, pegava meu horário de almoço no trabalho ia pra biblioteca, cada segundinho sem fazer nada na CELG era pra estudar alguma coisa, no ônibus, depois da aula da escola (essa era um lixo). Quando comecei trabalhar só de manhã, entrei numa maratona de resolução de exercicios ai eu me matei, larguei a vida do outro e fui cuidar de mim, pensar em mim, nos meus sonhos ao invéz dos "nossos", e foi bom. Foi bom estudar com o MEU dinheiro, pela primeira vez vi que estava investindo em mim. E quando passei na primeira fase como foi bom ouvir meu pai me pedindo perdão, vendo a cara de espanto dos parentes falsos "A Ana Paula sempre foi muito inteligente".
Eu tava tão nervosa na segunda fase, troquei respostas de lugar, chorei na sala (é, eu choro muito, tenho que parar com isso), esqueci o título da minha carta aberta ¬¬, terminei com a vida alheia de vez 2 dias antes.
Sei que não é legal culpar ninguém, mas queria fazer isso só pra me sentir menos idiota, pq chegar perto de um sonho e não realiza-lo é pior que nem chegar perto!
Não quero pagar faculdade, sei que é investir em mim, mas eu acreditava mesmo que eu era capaz. Agora não sei bem como vai ser 2009, tava tudo tão prontinho na minha cabeça ;/

bicho de sete cabeças, eu faço, um bichodesetecabeças!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Preciso da mentira. Tá, mentira é uma palavra feia, tão feia que é proibida. Corrijo-me então: Preciso de verdade inventada.Pois que graça haveria na vida se soubessemos seu real propósito? Por que nos aventuraríamos se já fosse de nosso conhecimento o fim que levaria? Por que tantas perguntas se já soubessemos respotas?Então faço as perguntas, invento respostas.Me meto em caminhos novos, arrisco, a vida é curta. Por isso eu digo que não há fórmulas. Cada um faz seu caminho, suas perguntas, suas respostas .Sem essa frescura de conselhos.Se cada vida é uma vida, por que devo fazer igual a vida do outro? Se houvesse fórmula pra ser feliz, a vida seria uma merda. Não teria motivos pra arriscar, fazer diferente. Era só ler a bula e pronto! Se não houvesse desespero, como sentiríamos felicidade?Se não houvesse dor, como saberia o que era alívio?Se não houvesse luta, como saberia o que é vitória? E prever o futuro é uma verdade inventada, uma mentira baixa. Impossível saber o que vem depois de qualquer coisa ainda não feita. E também não vejo uma única razão para dizer a verdade a mim mesma, lembrando que não a conheço. Dos momentos felizes que me recordo descobri mentiras catastróficas que me levaram a vivê-los. Talvez a verdade seja tão dolorosa que não consiga trazer felicidade, pois lidar com a dor e a realidade é duro.
Preciso de mentiras que caibam dentro de seus limites, que não ultrapassem a frágil linha que as guarda, para que eu creia que são verdades. Assim não dói.
Assim não dói!
Assim não doi!
Assim não dói,
Porra!