segunda-feira, 17 de maio de 2010

Sexta em maio

Todas essas letras que escrevi, bem como as palavras que você não disse. Era só junho. Eu sempre pensei que folhas secas sumissem. Era só Junho, era frio, era metade, mas meus olhos só descansavam ao seu lado, Junho.
Por que não dizer? Detesto quem se esconde.
Junho, eu esperei que você disesse, que bobagem, os animais só conversam em fábulas.
Não, não foi amor. Era uma presença confortável. Tão aconchegante que me irritava. Quem diria que um encosto macio quase partiria meu coração. Ah, Junho.
Nunca me doei por um travesseiro, mas em Junho também havia fumaça, estrelas e ronco. Em Junho sorria, e Junho me fazia mudar de sentimentos rápido, gostava de testar meus limites. Junho me fazia criança, me fazia vadia, me fazia gritar. Mas era só Junho na minha alma.
Hoje troco Junho por um copo de cerveja e meio maço de cigarros. Junho me troca por não sei o quê. Afinal em Junho, ninguém se importa.

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