terça-feira, 21 de junho de 2011

Vinte e

Vinte e poucos anos, quantos são os poucos? Os meus nem são, na verdade, o meu é 1. Vinte e um anos.
Parece um século. Tenho impressão de ter vivido demais, e uma leve frustração ao lembrar como pensei que seria minha vida aos vinte um. Vinte e um: um carro, um apartamento, um emprego legal. Vinte e um: casa dos pais, transporte coletivo, um emprego ruim.
Se estou triste? Não.
Vinte e um anos e muita história pra contar, e ainda mais histórias pra viver.
Posso dizer que como o destino, ou seja lá quem for que faz isso, se encarregou de escrever esses meus vinte e um anos me fez adulta bem cedo, comecei trabalhar primeiro que todos os meus amigos, e de certa forma, sempre “escolhi” o que queria fazer.
Tá que essas escolhas acarretaram uma lista quilométrica de merdas espalhadas por aí. Mas não tenho mais vergonha de nenhuma delas, foi quebrando a cara quase diariamente que me tornei essa mulher maravilhosa.
Mais um ano e chego a conclusão que preciso mudar de ares, um pouco mais de sossego em casa, de ser menos altruísta, de encontrar um novo emprego, mesmo que signifique menos grana porque quero experiência.
Um ano a mais e chego a conclusão que preciso de menos hedonismo também, encontrar equilíbrio no meio dessa bagunça que me meti sem querer..
Vinte e um anos, e na frente do espelho ainda encaro os não tão velhos olhinhos acuados, medrosos, mas vejo também uma mulher forte, segura de si. Vinte e um anos e pouco medo de deixar que o mundo enxergue quem sou.
Vinte e um anos, vinte e um anos, vinte e um... Não consigo parar de repetir e de pensar em como será. No mais, estou aqui. Que venham os vinte e poucos que estão faltando, os vinte e muitos e todo o resto!




"Quando me lembro de tudo, quando me visto de nada,
e me chove e descubro,
quanto você me esperava
eu tenho o tempo do mundo, tenho o mundo afora"

3 comentários:

Mariella disse...

Às vezes eu me sinto tão cansada da vida e me pergunto "Como assim? Eu só tenho 21 anos!". E então me lembro das tantas coisas que vivi nesse tempo... Comecei a trabalhar aos 16 anos, não porque havia necessidade, mas pela vontade de ter responsabilidade e independência, de viver longe das asas dos pais e de quebrar a cara e... Parei de trabalhar quando entrei para o 3º ano porque queria estudar para o vestibular. Da minha turma, fui uma das 4 que passaram para uma Universidade Federal. Na faculdade voltei a trabalhar assim que pude. Consegui um estágio horroroso, mas que pagava razoavelmente bem. Quase 2 anos. Agora arrumei um estágio melhor, pra ganhar bem menos, mas onde vou adquirir mais experiência e acho que vai valer à pena.

Às vezes acho que estou no mesmo lugar. Ainda não tenho meu apartamento, ainda moro com meus pais, ainda ando de ônibus e nem carteira de motorista eu tenho. Mas tenho conquistado minhas coisas aos poucos...

Marcos Alves Lopes disse...

Gostei dessa leitura! Anos como acúmulo de experiências, aniversário como reflexão!

Ivan Silva disse...

A cada segundo um pedaço do tempo não apenas passado.