domingo, 1 de maio de 2011

Não me tirem o direito de ser triste


Não me tirem o direito da tristeza, de ser triste de vez em quando, ou sempre que eu precisar. Não me peçam pra conversar demais quando não estou com vontade, aliás não me peçam pra fazer nada que eu não queira.
Não me tirem o direito de um cigarro no quarto escuro, e qualquer música que me arraste ainda mais fundo. Não me digam como agir, ou que devo sorrir e ser um pouco mais simpática. Simpatia não é uma coisa que vem quando quero.
Não me tirem o direito da solidão e do silêncio. Não me tirem o direito de ficar imersa em pensamentos ridiculamente depressivos. Aliás, não me tirem direito de passar o dia todo sem lavar o rosto, abrir as janelas e pentear o cabelo. Não me tirem o direito de desligar o celular, não atender ao interfone, e ir a padaria de pijama as 11:00 da manhã. Me deixem comer quantos chocolates eu quiser, fumar quantos cigarros forem necessários, me entupir de qualquer comida com queijo derretido fora da TPM!
Ser triste nem sempre é doença, é também uma forma de sentir-se vivo, um outro ponto de vista, um pouco de razão, e talvez falta de vontade.



Ilustração Ruben Ireland

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