sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Opaca

Das perguntas que não cessam, da face que não reconheço nas fotografias, dos olhos que não encaro no espelho, das mãos inquietas, pernas compridas, contradições sequenciais, matérias que me fazem mas não me completam.
Do medo da reprovação familiar, de perder os poucos laços que me restaram, da fobia social, dos pensamentos ilícitos, das atitudes supreendentes. Não me conheço, só sei o que sinto ao sentir, não é o tipo de coisa que posso prever.
A pouca graça que a vida me concede é surpreender-me a mim mesma. Se acabo com isso, prefiro a morte (aliás quase sempre prefiro a morte). Gosto de me estranhar, essa é a razão de eu não olhar em meus olhos. Não quero saber mais sobre mim.
Sou feia, um tanto maldosa, egoísta, hipócrita, despida de moral e vazia. Isso vejo, e basta! Resta um mar de coisas inexploradas em quem sou por mim mesma.
Não me testo mais.
Posso conhecer meu sexo, mas não meu gosto. Desvelar meu passado e, não ver meus pensamentos. Delinear meu corpo, e só imaginar minhas costas.
Ser transparente não me interessa!

2 comentários:

Ludmilla Cardoso de Oliveira disse...

ME calou. Mais eu gostei do texto, só acho que você é MUITO mais e MELHOR do que se denomina ai.

Ludmilla Cardoso de Oliveira disse...

To lendo de novoooo.