sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

É dificil falar de amigos sem cair no comum, eu nem tentei, dia desses não conseguia dormir e tive uns flashes de mil momentos e das pessoas que estavam comigo, meus amigos, e escrevi isso:

Meus amigos, como eu, planejam com frequência táticas infaliveis para conquistar o mundo, mas não conseguem sequer um espaço em suas casas.

Meus amigos, como eu, escolheram uma postura de condenação ao se posicionarem como céticos, ateístas ou agnósticos, e têm em suas mentes todas as verdades universais, mas crêem nos segredos dos astros.

Meus amigos, como eu, têm idéias mirabolantes, que provavelmente dariam certo, mas o que fazer se a mente é brilhante e a alma preguiçosa? Abandonamos os sonhos, as vezes, antes de colocá-los num papel.

Meus amigos têm um ar de diferença, mas quando justapostos nos vemos tão iguais.

Meus amigos, como eu, tem ares de estrela e transpiram antipatia, criam mundos onde são donos de tudo mas, não passa de auto-defesa e insegurança.

Meus amigos são meus, não por piedade, ou porque nos parecemos em tanta coisa. Mas porque não consigo imaginar a vida sem ter por perto essa gente de olhos delatores, e andado com mãos nos bolsos. Sem meus amigos que param com os pés pra dentro e nunca limpam os óculos, que cantam mal e escrevem bem, que lêem todos os livros possíveis e nunca ligam a TV, os que adoram a TV e repudiam os livros. Meus amigos que riem de tudo, e os azedos também com seus cenhos franzidos e bufando de raiva sem parar, sem os que parecem seguros de si quando se esquecem que são transparentes, e dos que têm coragem de ser quem são mesmo que não se dêem conta do quanto é arriscado se assumir.

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